dimanche 13 février 2011

163ème jour: Vicent Dupont

Tenho visto cenas tão diferentes por aqui, que percebo em mim um tempo de assimilação maior do que o suposto - ação (espaço) reação. Como se houvesse uma busca por referências para que o novo se ache na trama. Incantus de Vicent Dupont, foi algo assim.

Um trabalho artístico (dança? teatro?) com tratamento afinado, bem cuidado, com incríveis efeitos de luz e som. Não que fosse algo "espetacular", ao contrário era uma simplicidade elaborada, rica na função de extremar sensações. No palco, parecíamos ver uma atualização de rituais xamânicos que geravam certo incômodo, enquanto três corpos apareciam e desapareciam, confundindo os olhos acostumados ao óbvio. Uma cortina pesada compunha uma caixa teatral de ares mágicos que se tornava ainda mais densa por meio das luzes verdes, que na verdade surgiam do encontro entre três projeções que geravam diferentes traços de luz. Fora da caixa, em uma língua sem dizeres, estava o ator e o microfone  em evocações pesadas. Ele só invade o quadro travestido de sombra em meio a um longo tecido negro que lembra um sinistro véu de noiva, que perde o corpo ao alcançar o altar. Belíssima essa cena final. Sinceramente, isso é tudo que sei dizer sobre o que vi, acho que ainda estou no espaço do entre.



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