Ainda sobre o sociólogo canadense Erving Goffman, interessei-me especialmente por sua "análise de quadros". Pelo que entendi, ao menos até o momento ainda recente de contato com a obra, trata-se de uma espécie de recorte de situações ou acontecimentos sociais e de uma proposta de estruturação de análise que envolverá todo um contexto sócio-cultural.
No desenvolvimento da teoria ele desenvolve o conceito de literalidade, ligado a transformação que se dá a partir de um quadro primário que é tomado como modelo. Essa transformação pode ser da ordem da modalização; quando os participantes reconhecem o caráter transformado e das fabricações, onde esse caráter pode ser ignorado por alguns. Ele continua dizendo sobre a possibilidade de remodalizações e das laminações que cada transformação implica. Claro, é tudo muito mais verticalizado do que o exposto, mas a minha reflexão está em pensar este modelo como funcional para a minha análise, com isso eu poderia considerar um espaço (não-lugar turístico) como quadro primário . Uma vez "corpografado" pelo movimento improvisado de um bailarino improvisando esse quadro poderia ser destrinchado com as "ferramentas" propostas por Goffman. Ainda é cedo, estou tão insegura como interessada nessa aplicação, preciso trabalhar.
"Podemos dizer, de outro modo, que um quadro primário inclui a reserva de conhecimento tomada como certa acerca da realidade e literalidade de um determinado tipo de atividade." (Goffman, 1986; p.21)
Seria essa "reserva" um potencial virtual do espaço com possibilidade de ser atualizado pelo movimento do corpo? Voilá por onde andam meus pensamentos ainda tão enovelados!
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