vendredi 17 février 2012

Aquela vida assim... sem surpresas!

De uma série de vídeos humorísticos produzidos por um canal de TV francês tirei a notável frase: Na vida a gente nasce e morre e entre esses dois fatos algumas coisas acontecem. Estes dias percebi também que a rede social facebook começa a impor sua nova diagramação, que não me agrada em nada, e que recebeu o nome de “linha do tempo”. A esses dois temas acrescentei a frase que dá título a esse post e que não me saiu do pensamento desde que a escutei em uma conversa de amigos.

Seguindo os indícios diria então que estamos fadados e talvez desejantes a linearidade. Nascer, crescer, reproduzir e morrer. Não foi assim que aprendemos? Não é essa a função animal? Então o animal humano, nessas coisinhas que faz entre nascer e morrer, vai buscar não sair da linha, seguir a risca o protocolo, fazer seus seguros. Seguro de vida não é uma coisa engraçada de se pensar? Só funciona quando você morre! Vai ver que é porque viver é 0% seguro. Que angústia pensar nesta nossa fatídica condição de vida sem saída. Então o que vale é se cercar de certezas para evitar surpresas.

Surpresa!!! A vida não é uma linha nem em eletrocardiograma. Aliás, se for você está morto! E não é no mínimo irônico uma rede propor linha? Hei, nós somos emboladinhos, desde o pensamento, cheios de nós, saltos e sobressaltos. Quem tem linha é trem e ainda assim, faz curva. Curvas? Samba, carnaval, jeitinho, flexibilidade, gente! Vamos nos abrir para as surpresas e torcer para que sejam boas.    

Eu tive a minha na curta passagem que fiz por Paris, no momento em que a cidade se apresentou mais dura pra mim: fria, de poucos amigos e grandes distâncias. Aluguei o quarto de uma colega de férias no Brasil e que me apresentou o dono da casa com a frase “não se assuste, atrás daquela barba existe um cara legal”.  Felipe é o dono da grande barba que se mistura ao cabelo proporcional, diria eu um Papai Noel contemporâneo que trocou as henas por gatos. Uma gentileza sem fim, das “aulas de conversação” (ele fala bastante), aos bolos, mel, crepes, remédios e cuidados que ele me dispensava prazerosa e diariamente. Um lindo coração comunista que dividia do pote de manteiga às luzinhas da parede, já explico.  Um dia elogiei as luzinhas na parede da sala e perguntei onde poderia encontrá-las, pois queria levar para o meu sobrinho que adorava. Ele logo quis me dar as dele, mas aproveitei que eram rosa para dissuadi-lo da idéia, que eu considerava abusiva. Na minha última noite por lá, fui entrar no quarto e, então, chutei uma caixinha no chão em frente a porta. Ele havia percorrido três lojas diferentes no inverno infernal daqueles dias, pediu para os vendedores procurarem no estoque. Rosa, verde, vermelha. Não servia! Até que ele encontrou a azul, para meninos no Brasil. Sei pouco sobre esse cara grandão, mas sei que ele teve uma grande má sorte na vida, da qual se curou e agora parece valorizar cada pequena surpresinha que ele pode fazer ao outro.   

Então que seja esse o movimento do nosso carnaval. Surpreendam positivamente os estranhos mais próximos ou os próximos mais estranhos, como bem quiserem. Boas surpresas em rede para todos!
 

1 commentaire:

  1. Grá! Fazia tempo que eu não lia seu blog. Pensando em vc comecei a escrever um também sobre a minha vida com a Sophia. Depois dá uma olhada: dani13sophia.blogspot.com
    bjocas

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