dimanche 5 septembre 2010

Primiere Jour: Le panique

Durante o voo assisti um filme chamado "Temple Grandin" baseado na história real de uma autista com notável capacidade de registros de imagem, uma forma de inteligência incomum, e que vencendo as barreiras da deficiência alcançou o título de PHD defendendo uma tese sobre o comportamento animal. Recomendo http://www.templegrandin.com/
Temple entrava em pânico quando saia da rotina ou precisava enfrentar alguma dificuldade, para superar o medo ela criou seus próprios métodos. O primeiro foi uma "máquina de abraço", que ela desenvolveu baseada no comportamento das vacas que se acalmavam quando eram presas naqueles currais de vacinação. Uma vez que ela não suportava o contato humano, a máquina fazia as vezes dos braços e a deixavam segura. O segundo método menos engenhoso e aplicável foi a metáfora das portas. Toda vez que ia enfrentar algo novo ela fechava os olhos e pensava em todas as portas que já tinha visto, então mentalizava uma delas e entendia aquele enfrentamento como uma passagems, mais uma porta para se atravessar.
Foi diante dessa reflexão que cheguei a Paris e venci a ansiedade de me encontrar com meu orientador, Dominique Ducard, que já me esperava no aeroporto e com quem tive que soltar meu francês ainda embaraçado. Mas, tive a sorte de ter uma pessoa muito gentil em meu caminho, todos aqui dizem isso e se impressionaram com a disposição do Dominique.
Eu também! Ele me ajudou com as malas, pegamos o RER B e rodamos cerca de 50min até a Maison du Brésil onde estou morando. Como já era tarde, cerca de 19h - aqui são 5h a mais de fuso horário em relação ao Brasil, 1h devido ao horário de verão em Paris - não havia nenhum funcionário da Maison para me receber, então jantamos no restaurante universitário (nada boa a minha primeira experiência com a culinária francesa) e depois o Dominique me deu todas as instruções de como chegar a Créteil no outro dia e me deixou no quarto.
Foi a minha vez de entrar em pânico! Quando me vi sozinha, sem telefone, internet e ninguém pra conversar o pensamento que prevalecia era: O que é que eu vim fazer aqui, sozinha??!!
Temple me empreste suas portas!

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