vendredi 15 octobre 2010

42ème: J´ai une idée!

Hoje deu tudo certo! consegui chegar à Paris 8 que fica no outro extremo da cidade em relação a Cité! É super longe e o metrô volta bem cheio as 18h. Enfim, a Madame Legeret parece ser alguém muito gentil e que, literalmente, se dispõe a entender o que vem de fora, afinal o curso é sobre multi, inter e transculturalidade. A aula dela era um reflexo do tema, gente do mundo todo tentando se entender e eu lá ,tentando compreender o que estava sendo dito até a cabeça dor! Mas, tudo se passou bem, nada que uma neosaldina não resolva, o importante foi que eu consegui acompanhar a aula, achei bem interessante, mas ainda não sei se permaneço nesse seminário, pois acho que minha pesquisa não passará por esse assunto. Vou aproveitar que a Cida está chegando e pedir conselhos. De qualquer forma ela deu duas referencias de livros que me interessarm:
- Méssages revolucionnaires, Antoin Artaud (1936) > atrela a discussão sobre o conceito de cultura à metafísica.
- Google moi, Albin Michel (2007) > parece ter uma interessante reflexão sobre 3 termos caros a ECI: informação, conhecimento e cultura
Mas, quem tomou minha atenção a noite foi o Bauman, que ando degustando no estilo "antes de dormir". Sua fala sobre os não-lugares - espaços vazios e sem significados atrelados; públicos, mas não civis, pois dispensam qualquer tipo de interação - me atraiu vorazmente, pois a vontade de ocupá-los com meus "corpos de pesquisa" foi imediata. O fato é que em minhas reflexões metodológicas, faltava um mote comum que provocasse a deriva dos bailarinos que irão participar da pesquisa, e a princípio, os não-lugares podem  ser a costura que eu eu procurava, pois são bem característicos de nosso tempo. Como explica o autor:
"O que quer que aconteça nesses "não lugares", todos devem sentir-se como se estivessem em casa, mas ninguém deve se comportar como se verdadeiramente em casa. Um não-lugar é um espaço destituído das expressões simbólicas de identidade, relações e história: exemplos incluem aeroportos, auto-estradas, anônimos quartos de hotel, transporte público... Jamais na história do mundo os não-lugares ocuparam tanto espaço." (Bauman, 2000, p.120)
A reflexão segue dizendo sobre a ameaça de estar junto, mostrando os rituais de civilidade como forma da não-convivência com as diferenças. Um exemplo claro é o da praça da La Defense aqui em Paris, que pretendo conhecer o quanto antes, segundo o autor essa a arquitetura da praça faz dela um espaço vazio e de passagem que não convida ninguém a estar. Outra ideia que me chamou muito a atenção foi a do mapa mental da cidade, que seria a forma como cada pessoa se relaciona com os espaços e cria seus próprios "não-lugares", espaços vazios de significados, de preenchimento, experimentação.  Onde o corpo não esteve.
Bem, neste momento minha pretensão é abrir os olhos para esses lugares tão "nãos" que por aqui estão e tentar experimentar minha própria metodologia. Habitar e dançar esses espaços, dar significado a eles. Vamos ver no que dá!


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