Logo na minha primeira semana aqui na Maison conheci o Gladson, um publicitário e cineasta capixaba (sem sotaque!) com muitas ideias na cabeça e uma câmera nas mãos. Vínhamos conversando sobre uns experimentos em vídeo e dança, e as cabeças ficaram fervilhantes. Quando li o Bauman, amarrei os nós, de maneira clara pra mim. A questão de minha pesquisa está na significação desses espaços vazios, a forma como os corpos vão se inscrever nesses lugares e que sentido darão a eles. Bem, era preciso experimentar, me arriscar...
Então fomos nós, mesmo sem saber onde isso vai dar. Demarcamos a Maison du Brésil como espaço inicial, mas este é um lugar cheio de significados, como já disse em alguns posts, diariamente, vem gente do mundo inteiro, para conhecer o prédio de arquitetos famosos. Que lugares explorar?
Eu insisti para que começássemos pelo corredor, primeiro por se um lugar de passagem, onde as pessoas não permanecem. O corredor é longo, tem uma estética que a meu ver combina com vídeo, é quase um cenário pronto. E, o que para mim mais importava: tem um chão incrível!!! Eu já vinha experimentando o chão do quarto que é tão liso e deslizante como o do corredor, já tinha guardado a uela sensação que pra mim é a de um "pano de chão"! Um movimento ininterrupto, escapatório e ainda com a possibilidade de a qualquer momento ser rompido por um morador em passagem. Uh lá lá, como isso me atraiu!
Vesti toda a minha cara de pau e limpei o chão da vizinhança, com um corpo rastejante que não dança há um tempo considerável mas, que confesso, se divertiu como a criança que mora ao lado e brinca de trenzinho nesse lugar. Segundo meu companheiro de aventuras, a luz estava incrível e o material ficou bacana!
Depois partimos para as escadas verde-amarelas do prédio, onde ganhei mais um elemento para a improvisação, uma música que vinha de um mp3 escondido entre as roupas. Técnicamente falando, preciso mencionar que não estou em minha melhor forma, não tenho praticado desde que cheguei aqui e já no Brasil estava um pouco descolada da dança, em um ritmo lento por causa de toda a mudança. Mas, isso não será um problema, amanhã mesmo devo visitar uma escola de dança.
De qualquer forma valeu e muito esse primeiro experimento e fiquei muito feliz por já ter encontrado um parceiro para dividir essas pequenas fugas. Aguardem cenas dos próximos frames!
Hugo, se vc ler esse post, pode ir pensando em lugares pra gente experimentar em Barcelona também! =)
| Corredor Maison du Bresil, visto do meu quarto que fica na extremidade a esquerda do elevador |
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