Acabo de criar uma pasta entre as minhas imagens chamada Au Revoir, pois me dei conta de que as pessoas por aqui estão sempre de partida. O tempo é curto, intenso e duro. Outro dia em uma das festas de despedida, quase semanais, que acontecem na Maison du Brésil, alguém sugeriu uma nova metáfora para aquele espaço que achei engraçada e muito conveniente: Esse prédio é um big brother, onde todos são eliminados!
Impossível não abrir um sorriso com essa comparação, sensacional! Acho que há mesmo alguns pontos de contado com esse jogo midiático. O primeiro é o do isolamento, pois você é retirado, ou melhor, você se retira por livre e espontânea vontade de seu universo de significados e chega a uma casa estranha, com pessoas desconhecidas, que em comum tem o mesmo desejo de se aventurar. Nesse lugar, você acaba encontrando semelhantes e se aproxima rápida e intensamente das pessoas, quase em um esforço de "sobrevivência". Nessa amizade quase imediata e espontânea estaria o segundo ponto relevante da metáfora. É como se uma sociabilização inicialmente "forçada" e desconfiada, se tornasse inevitavelmente prazerosa, pelo simples fato de que isso é uma necessidade humana e pelo grande fato de que as pessoas, por mais diferentes que sejam, estão extremamente abertas a essa experiência, desarmadas no aceite, carentes de alguma forma essencial de humanindade, se é que isso pode ser nomeado.
E quando se constitui esse conforto, quando os pares e grupos se formam e conformam, as relações são bruscamente quebradas pela despedida. Imagino como deve ser um momento delicado esse, assim como a chegada, ou talvez a partida seja ainda mais dura. Para os que ficam incomoda ver o outro seguir outra direção (dimensão?), para quem vai deve haver uma dor estranha.
- Eu fui pro paredão bem cedo! Brinquei com os amigos quando me disseram sobre o Big Brother, e logo me corrigiram.
- Não! Você pediu pra sair. Rs!
- Ué?! Mas é Bope ou Big Brother? Eu disse encerrando a brincadeira!
Bem, hoje mais um amigo se despediu, o Marcelo. Literalmente, um doce de pessoa! Imagino que o segundo andar ficará um pouquinho mais amargo sem ele. Lembro-me de um dia, quando ainda morava na Maison, em que estava no quarto, amargurada da vida (rs!) e louca pra comer um chocolate que havia me negado por pura neurose. Fui a cozinha fazer um café pra passar a vontade e dei de cara com uma imensa torta de chocolate e um recadinho do Marcelo, dizendo que não estava muito boa, mas era para nos servimos à vontade, pois ele tinha feito para todos. Foi a melhor torta de chocolate que comi na França =) E um momento que vou guardar com carinho.
Então tudo que podemos desejar ao nosso amigo pâtissier é um bom retorno e au revoir!| Marcelo dando aula de crème brûlèe |
| E nós só comendo =) |
| Banquete do Au Revoir! |
| Turminha do big brother! |
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