Noventa dias!!! Uh lá lá, já faz 3 meses que cheguei naquele quartinho da Maison du Brésil e fiquei me perguntando: O que é que eu tô fazendo aqui? O que foi que inventei pra mim dessa vez?!
Tanta coisa já aconteceu nesse 1/4 de jornada. E o melhor é que ainda falta muito. Apesar de todos os perrengue até agora, estar em Paris é uma grande chance e tento me lembrar disso todos os dias quando acordo para mais um desafio. Porque cada dia pra mim aqui, é um desafio. Cada lugar que vou, cada pessoa que encontro, cada vez que tenho que falar meu francês ordinário, sim tudo isso ainda é um desafio. Achei que com 3 meses já estaria totalmente adaptada, mas percebo que o tempo para isso é bem mais longo do que parece. Então que venham os desafios, pois eles me fortalecem! Mas, claro, vez ou outra, quando dá aquela vontade de um colo que não se tem, me dou o direito de ficar chez moi, porque ser forte o tempo todo cansa muito.
Comecei hoje minhas aulas matinais de francês oral, na Aliança Francesa e digo que me decepcionei um pouco. A professora é daquele tipo show, que usa a sala de aula como espaço para ser o que não é, representa demais e fala demais em um lugar onde os alunos é que deveriam fazê-lo. Bem, para a próxima aula resolvi que vou fazer valer o meu alto investimento e assim, começarei a discordar de suas grandes verdades para provocar discussão em classe e fazer a fala acontecer. Veremos =)
De lá, direto ao Pompidou onde trabalhei na pesquisa bibliográfica e cheguei ao último capítulo do Bernard e o melhor, pois ele está discutindo as técnicas do corpo do Mauss. Desse livro poderei aproveitar essa discussão e outra sobre corpo e linguagem, foi proveitoso. Ainda, muitas dúvidas sobre a linha de semiótica que usarei, vi algumas coisas da Kristeva, mas ando bem perdida!
O dia de hoje, foi como gosto, tão cansativo quanto produtivo.
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