| Sculpture-Instrument, Jean-Michel Othoniel, Centre Pompidou, 2011 |
Visitando a exposição Paris-Delhi-Bombay no Pompidou, que reúne olhares de artistas franceses e indianos sobre a sociedade contemporânea da Índia, "fui pega" por essa escultura musical. Em meio a tantas cores e temas me chamou atenção a delicadeza, fragilidade e encantamento da obra do francês Jean-Michel Othoniel, que inspirado pelos sons de uma village de verriers imaginou sua primeira sculture-instrument.
As formas parecem remeter a um brinquedo com função de iniciar crianças em música, ao mesmo tempo, a transparência e equilíbrio de cores fazem lembrar um ornamento intocável, daqueles que ficavam na casa de nossos avós e que na infância somos altamente instruídos a não tocar, ainda que nos pareçam irresistíveis.
Alguns poucos tiveram a sorte de se aproximar do jogo de vidros, na verdade dois músicos totalmente vestidos em branco integraram a estrutura, em certo momento, a fim de interpretar uma composição criada propriamente para a obra-instrumento. Esse registro só pude ver pelo vídeo exposto e pelo som gravado que compõem a sala da exposição. Mas, durante o tempo em que estive sentada em frente a poesia, torcendo para que um ventinho fizesse as peças se tocarem, pude ouvir o som genuíno e talvez imprevisto da aproximação entre os vidrinhos musicais.
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